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Background: Caravaggio, Baco. 1593-1594.

domingo, 12 de abril de 2015

UVAS - INFORMAÇÕES

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Carignan

Como tantas outras, a carignan é uma excelente casta francesa. Bastante cultivada na região do Languedoc – Roussillon, aparece também na Espanha com alguma expressão, onde recebe o nome de cariñena. Embora menos cultivada, aparece ainda na Itália. Fora da Europa, o destaque é atualmente o Chile.
Casta excessivamente produtiva, deve ter sua produção controlada. Prefere terroir seco e ensolarado com grande amplitude térmica. Os melhores vinhos são originados a partir de vinhas antigas. Exige cuidados especiais, por ser sensível a pragas e possuir talos frágeis.
A carignan é bastante utilizada em cortes, principalmente com syrah e grenache. Quando bem tratadas as vinhas e bem produzidos os vinhos, pode resultar em excelentes e robustos varietais que apresentam cores intensas, com tons escuros, taninos potentes, boa acidez e bom teor alcoólico em função de seu amadurecimento tardio.
Apresentam aromas de frutas maduras como ameixas, amoras e toques de especiarias como pimenta. Mas sua peculiaridade e excentricidade permanecem garantidas.


Monastrell

Muitas vezes identificada com a casta francesa mourvèdre, por causa do antigo nome da cidade valenciana de Sagunto, a monastrell é uma legítima espanhola presente em boa parte da costa mediterrânea daquele país. Suas denominações de origem são Alicante e Múrcia, onde  tem êxito particular, Almansa, Bullas, Costers del Segre, Jumilla, Penedés, Valencia e Yecla. Em Portugal e no novo mundo pode receber o nome de Mataró.
  Tipicamente pouco produtiva, mas bastante resistente, a monastrell concentra nos pequenos e escassos cachos os nutrientes extraídos do terroir seco e ensolarado onde melhor se adapta. As poucas bagas por cachos são médias e esféricas de coloração roxa escura e pele grossa, o que proporciona vinhos de coloração intensa, de violácea a rubi. Os taninos são de presença média, mais fáceis de serem amaciados. De brotação e amadurecimento tardio, traz boa carga de açúcar gerando vinhos suficientemente alcoólicos e de acidez equilibrada.
  Os aromas frutados lembram frutas maduras como amoras silvestres, morango e framboesa, além de toques de alcaçuz e chocolate, notas florais e couro nos mais evoluídos.
  Normalmente apresenta bom corpo, maciez, elegância e equilíbrio. Costuma ser mesclada com syrah e grenache e a passagem por carvalho proporciona amaciamento consideravelmente rápido.


Nebbiolo

Além dos Alpes, o Apenino Ligúrio invade também o território do Piemonte. Os rios Pó e Tanaro cruzam suas terras, onde se encontram as cidades de Torino (capital), Alba, Alessandria, Asti e Novara, dentre outras.
  A região do Langhe localiza-se na província de Cuneo, à margem direita do Tanaro. É a região piemontesa de maior prestígio pela alta qualidade de seus vinhos. Tem solo calcário branco, arenoso e de baixa acidez, ideal para o plantio da videira. A culinária regional é famosa. As principais uvas tintas são Nebbiolo, Barbera, Dolcetto, Freisa, Grignolino, e as brancas são Arneis, Favorita, Moscato, Chardonnay.
  Nebbiolo é a uva emblemática da região e dá origem aos seus grandes vinhos como o Barolo e o Barbaresco. Seu nome deriva da palavra Nebbia (névoa), lembrando a névoa que costuma encobrir seus vinhedos nas primeiras horas do dia. Bastante delicada e difícil de ser cultivada, raramente se adapta a outras zonas de produção fora do Piemonte. Sua casca grossa empresta o aspecto marcadamente tânico dos vinhos derivados dela. A alta acidez é outra de suas características. O amadurecimento desta uva é tardio e o rendimento baixo, fator que contribui para que os fermentados com ela produzidos tenham altos preços.

  Suas principais características são, quando jovem, de forte acidez e taninos muito firmes. Mesmo depois do estágio em barrica pode ser ainda um vinho difícil. Mas o tempo, em uvas tânicas e de forte acidez faz magias. Depois de um descanso de 5 a 8 anos certamente se tem um vinho esplêndido. Firme, álcool na medida certa e cor vermelho rubi. Aromas de especiarias, canela, cravo, cereja e ameixa. Ao final o tostado da barrica onde descansou e algum couro. Na boca o show continua. Encorpado, sem ser pesado, firme e estruturado graças aos seus altos índices de taninos. Um vinho inesquecível.


Teroldego

Originária do Vêneto, hoje é concentrada no vale trentino, no norte da Itália, região próxima ao Tirol austríaco. Por isso é considerada “prima próxima” da casta Lagrein. A região chamada Dolomitas, por causa das altas montanhas de mesmo nome é cortada pelo rio Adige.
  Trazida ao Brasil por descendentes de imigrantes Italianos que estudaram enologia na Itália, a teroldego se adaptou bem no Rio Grande do Sul.
  Melhor adaptada a climas frios, a casta é vigorosa, altamente produtiva e proporciona excelentes vinhos jovens bastante frutados. Mas é também uma casta que pode produzir vinhos encorpados de guarda de cerca de 25 anos ou mais.
  Pode apresentar cores fortes, taninos suaves, acidez e álcool elevados. Exige muitos cuidados tanto no cultivo quanto na vinificação.

  Seu ponto notável são as notas frutadas, principalmente ameixas e amoras. Pode lembrar amêndoas e toques defumados, terrosos, herbáceos, especiarias e presença de notas florais como violeta.


Touriga Nacional

Sua origem é apontada como sendo da região central do Dão, mas atualmente aparece em diversas regiões de Portugal e é bem expressiva no Alentejo. Apesar de sua longa história como uma das mais nobres cepas portuguesas, é uma casta que se adapta em muitas regiões de quase todo o mundo.
  A touriga nacional é resistente, apesar dos delicados cachos de bagos pequenos. Sua produtividade é naturalmente baixa, porém vigorosa, portanto suas uvas são concentradas. Sua casca é espessa e rija, o que proporciona vinhos equilibrados de coloração intensa.
  A versatilidade é sua principal característica. Preferida para a produção de vinho do porto, ela é capaz de produzir desde espumantes até licorosos.

  Possui expressivos taninos, que lhe conferem boa capacidade de guarda e notável amaciamento em longo prazo, eles costumam ser amaciados mais rapidamente com estágio em barris de carvalho, o que acrescenta outras qualidades aromáticas além dos típicos aromas de amoras pretas, mirtilos, florais como notas de violeta que continuam evoluindo em garrafa. Rica em fenóis, a touriga costuma apresentar toques animais como couro ou suor equino.
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