BRINDEMOS A VIDA E A ARTE!

Nossa confraria não tem regulamentos, contratos ou regras, apenas a vontade de nos reunirmos para apreciarmos a boa companhia... e o bom vinho.

Our guild has no regulations, contracts or rules, just a willingness to come together to enjoy the good company ... and good wine.

Background: Caravaggio, Baco. 1593-1594.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

BRASIL - LARENTIS - PINOTAGE - 2013


NOSSA AVALIAÇÃO


A subjetividade tem um papel ativo na avaliação de vinhos. Por isso, procuramos apresentar uma avaliação ponderada das impressões individuais visando um resultado coerente de todos os elementos analisados. Além disso, deve-se levar em conta que a avaliação de cada vinho é feita em comparação aos demais degustados na mesma noite, podendo mostrar-se diferente em degustações futuras.

Não bastando nosso eterno desafio de conhecer os bons vinhos brasileiros, ainda propomos compará-los aos estrangeiros. Esse foi o caso desse Pinotage gaúcho. No caso dessa casta pouco comum por aqui, o desafio foi ainda maior ao contrapô-lo a um legítimo sulafricano.

Nosso Pinotage da Larentis chegou a ser eleito o melhor da noite por um dos membros que participou da degustação, mas, em geral, esse brasileiro foi prejudicado pelo forte odor de enxofre que, se identificado a tempo, talvez pudesse ser eliminado no decanter.

Sua cor violeta de intensidade média com reflexos também violáceos denotaram sua jovialidade. Límpido, mas sua baixa untuosidade confirma o deficiente nível alcoólico estampado no rótulo. Lembrando que trata-se de um Pinotage produzido no Brasil, isso não deve ser propriamente um demérito, mas acaba colocando o Larentis numa posição desconfortável em relação aos demais rótulos degustados.

A princípio, os aromas explodem duvidosos pelo alto teor de enxofre, mas aos pouco abre se mostra frutado, denotando frutas vermelhas como cerejas, groselhas e framboesas, maçã e manga muito madura e algo próximo a romã. O tomilho, o feno e até um sous bois aliados a um certo odor de suor animal lhe conferem alguma complexidade aromática, mas não obscurecem sua característica mais frutada como geléias.

Na boca, mostrou-se estruturado, mas um pouco desequilibrado. Os taninos moderados não lhe prometem vida longa (e talvez a proposta seja mesmo a de um vinho jovem). A acidez pareceu bastante razoável, mas o álcool é realmente baixo. Em todo caso, o retrogosto é melhor que os aromas diretos, mas sua persistência não é tão longa quanto a dos concorrentes da noite.

Como o decanter não conseguiu a tempo lhe proporcionar uma nota melhor, o nosso Pinotage ficou com 62.5 na nossa escala até 100 e em último lugar entre os vinhos da noite na análise técnica e para a maioria dos degustadores. De qualquer maneira, ainda longe dos 50 pontos que começariam a duvidar de sua qualidade.


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